quarta-feira, 25 de maio de 2011

Movimento Surdo Em favor da Educação e da Cultura Surda


 
No dia 20 de maio de 2011 em Brasília, numa tentativa de chamar atenção das autoridades governamentais e toda a sociedade  na defesa da educação bilingue para surdos e do respeito à Cultura Surda e à Língua Brasileira de Sinais (Libras). 
As representantes da Associação dos Surdos de Porto Velho-ASPVH, da Associação de Intérpretes de Rondônia-APPIS/RO, e do Ponto de Cultura ACME:
Indira Stedile Moura, Ana Carolina Lovo e Ariana Boaventura estão em Brasília representando a comunidade Surda rondoniana, e chamam todos os surdos,
 
parentes, amigos, intérpretes e professores de surdos em Rondônia para uma mobilização conjunta, no sentido de organizar manifestações em cada cidade do interior do Estado.
  
 O Problema
 No final de março desse ano, o Ministro da Educação Fernando Haddad apresentou uma proposta que visa estimular a inclusão de estudantes cegos e surdos em escolas regulares, sinalizando com isso, uma modificação no funcionamento da Educação Básica no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), localizado no Rio de Janeiro, considerado pela Comunidade Surda Brasileira  um marco histórico e local de resistência da Língua de Sinais e da Cultura Surda, 
e que faz parte de uma rede especial de ensino.
 
A política do MEC, apesar da aprovação da Lei 10.436/2002 (que reconhece a LIBRAS como segunda língua oficial do país) e o Decreto 5.626/2005
(que regulamenta o ensino de LIBRAS no sistema educacional) propõe um modelo de escolas “inclusivas”, paradoxalmente, sem "ouvir" os principais interessados - os surdos, os quais, em sua grande maioria, são apenas inseridos nas salas de aulas em situação de desigualdade com colegas e professores ouvintes que não conhecem a LIBRAS. 
 
Tal sistema, para ser de fato inclusivo, dependeria de um longo processo de formação e capacitação de professores e alunos, no entanto, 
o MEC não preparou nem professores ou alunos do ensino regular para realmente efetivar tal "inclusão", querendo introduzir na marra, sete milhões de pessoas com deficiência auditiva em idade escolar, que não têm acesso nem ao menos à rede especial, na rede regular de ensino.
Em terras de Rondon

No Estado de Rondônia o problema tende a se repetir com o seguimento das diretrizes do MEC, num provável desmantelamento do sistema de ensino especial, 
"espalhando" alunos surdos pelas demais escolas do ensino regular, sem que estes consigam ao menos comunicar-se eficientemente com alunos e professores ouvintes, além da ausência gritante de um número suficiente de intérpretes capacitados que possam mediar tal questão.
 Em Porto Velho, surdos e intérpretes através das associaçoes ASPVH e APPIS,  defendem  o diálogo junto à SEDUC/RO, no sentido de oferecer apoio e parceria na 
discussão conjunta de um projeto pioneiro que possa levar à criação da 1ª escola bilingue para surdos, propondo a discussão das políticas relativas ao atendimento da comunicade surda que necessáriamente precisa ser ouvida, e, para tanto, já começaram os primeiros contatos para auxiliar o governo estadual nesse processo, tendo em vista a E.E.E.F 21 de Abril como Escola Pólo.

Petição Pública 
Dessa maneira, visando um futuro melhor para as crianças surdas, é que a comunidade surda brasileira mobiliza-se numa Petição Pública ao Ministério da Educação,com mais de 11.000 subscrições até o momento,defendendo uma educação básica bilíngüe (Libras como primeira língua e português escrito como segunda língua) pública, gratuita e de qualidade para os surdos brasileiros e a importância do INES e seu papel histórico como modelo de referência para todo o país: 
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=LutaINES  
 

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